A
Muralha da China,
Grande Muralha da China ou simplesmente
Grande Muralha é uma impressionante
estrutura de
arquitetura militar construída durante a
China Imperial.
Embora seja comum a ideia de que se trata de uma única estrutura, na realidade consiste em diversas
muralhas, construídas por várias
dinastias ao longo de cerca de dois
milênios. Se, no passado, a sua função foi essencialmente defensiva, no presente constitui um símbolo da China e uma procurada atração
turística.

As suas diferentes partes distribuem-se entre o
Mar Amarelo (litoral
Nordeste da China) e o
deserto de Góbi e a
Mongólia (a Noroeste)
História
A muralha começou a ser erguida por volta de
221 a.C. por determinação do primeiro imperador chinês,
Qin Shihuang. Embora a
Dinastia Chin não tenha deixado relatos sobre as técnicas construtivas que empregou e nem sobre o número de
trabalhadores envolvidos, sabe-se que a obra aproveitou uma série de fortificações construídas por reinos anteriores, sendo o aparelho dos muros constituído por grandes blocos de pedra ligados por
argamassa feita de barro e pasta de farinha de arroz com cal hidratada. Com aproximadamente três mil
quilômetros de extensão à época, a sua função era a de conter as constantes invasões dos povos ao Norte
Com a morte do imperador Qin Shihuang, iniciou-se na China um período de agitações
políticas e de revoltas, durante o qual os trabalhos na Grande Muralha ficaram paralisados. Com a ascensão da
Dinastia Han ao poder, por volta de
206 a.C., reiniciou-se o crescimento chinês e os trabalhos na muralha foram retomados ao longo dos
séculos até ao seu esplendor na
Dinastia Ming, por volta do
século XV, quando adquiriu as atuais feições e uma extensão de cerca de sete mil quilômetros, estendendo-se de
Shanghai, a leste, a Jiayu, a oeste, atravessando quatro províncias (
Hebei,
Shanxi,
Shaanxi e
Gansu) e duas regiões autônomas (Mongólia e
Ningxia).
A magnitude da obra, entretanto, não impediu as incursões de
mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do
século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada.
No
século XX, na
década de 1980,
Deng Xiaoping priorizou a
Grande Muralha como símbolo da China, estimulando uma grande campanha de restauração de diversos trechos que, entretanto, foi questionada. A requalificação do monumento para o
turismo sem normas para o seu adequado usufruto, aliado à falta de critérios técnicos para a restauração de alguns trechos (como o próximo a
Jiayuguan, no Oeste do país, onde foi empregado
cimento moderno sobre uma estrutura de pedra
argamassada, conduzindo ao desabamento de uma
torre de seiscentos e trinta anos), gerou várias críticas por parte de preservacionistas, que estimam que cerca de dois terços do total do monumento estejam em ruínas.
Características
Grande Muralha, China: mapa com a localização dos diversos trechos.
Por não se tratar de uma estrutura única, as características da
Grande Muralha variam de acordo com a região em que os diferentes troços se inscrevem. Devido a diferenças de materiais, condições de relevo, projetos e técnicas de construção, e mesmo da situação militar vivida por cada dinastia, os trechos da muralha apresentam variações. Perto de
Beijing, por exemplo, os muros foram construídos com blocos de
pedras de
calcário; em outras regiões, podem ser encontrados o
granito ou
tijolos no aparelho das muralhas; nas regiões mais
ocidentais, de
desertos onde os materiais são mais escassos, os muros foram construídos com vários elementos, entre os quais faxina (galhos de plantas enfeixados). Em geral os muros apresentam uma largura média de sete
metros na base e de seis metros no topo, alçando-se a uma altura média de sete metros e meio. Segundo anunciaram cientistas chineses em abril de
2009, o comprimento total da muralha é de 8.850
km.
[1]
Além dos muros, em posição dominante sobre os terrenos, a muralha compreende ainda elementos como
portas,
torres de vigilância e fortes.
As torres, cujo número é estimado por alguns autores em cerca de quarenta mil, permitiam a observação da aproximação e movimentação do inimigo. As sentinelas que as guarneciam serviam-se de um sistema de comunicações que empregava
bandeiras coloridas, sinais de
fumaça e
fogos. De
planta quadrada, atingiam até dez metros de altura, divididas internamente. No pavimento inferior podiam ser encontrados alojamentos para os soldados,
estábulos para os animais e depósitos de armas e suprimentos. Durante a Dinastia Ming, um sinal de fumaça junto com um tiro significava a aproximação de cem inimigos, dois sinais de fumaça acompanhados de dois tiros eram o alerta para quinhentos inimigos, e três sinais de fumaça com três tiros para mais de mil inimigos
[carece de fontes].
Os fortes guarneciam posições estratégicas, como passos entre as
montanhas. Eram dotados de
escadas para a
infantaria e de rampas para a
cavalaria, funcionando como bases de operação. Eram dominados por uma torre de planta quadrada, que se elevava a até doze metros de altura, e defendiam grandes portões de
madeira.
Principais portas
Dentre suas passagens mais importantes (關口 simplificado: 关口) destacam-se:
- Porta Shanhai (山海關)
- Porta Juyong (居庸關)
- Porta Niángzi (娘子關